Cerca de 40% dos casos de infertilidade em casais que enfrentam dificuldades para engravidar de forma natural estão relacionados a alterações no sêmen. Por isso, é fundamental avaliar a saúde reprodutiva masculina.
Uma das abordagens possíveis é o tratamento voltado à melhora da qualidade dos espermatozoides, que pode envolver mudanças no estilo de vida, suplementação, controle de doenças associadas ou técnicas laboratoriais de preparação seminal.
Quando é necessário investigar a qualidade seminal?
Quando recebemos um espermograma com resultados alterados — seja em relação à quantidade, motilidade ou morfologia dos espermatozoides — o primeiro passo é investigar a origem dessas alterações.
Os principais fatores que afetam a qualidade seminal podem ser classificados em quatro categorias: varicocele, disfunções hormonais, infecções bacterianas e deficiência vitamínica.
É possível melhorar a qualidade do sêmen?
A resposta depende do diagnóstico específico de cada caso. De forma geral, sim, é possível melhorar a qualidade seminal. No entanto, o sucesso do tratamento está diretamente ligado à identificação precisa da causa da alteração.
Causas e possibilidades de tratamento
1. Varicocele
A varicocele é caracterizada pela dilatação das veias da região escrotal, o que compromete a circulação sanguínea nos testículos. Esse distúrbio provoca um aumento da temperatura local, prejudicando a produção e a sobrevivência dos espermatozoides.
Quando a varicocele é considerada clinicamente significativa, recomenda-se o tratamento cirúrgico antes de iniciar qualquer abordagem reprodutiva, como inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV).
2. Disfunções Hormonais
A produção de espermatozoides está diretamente ligada ao equilíbrio de hormônios como testosterona, FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante). Em casos de disfunção hormonal, a reposição específica pode favorecer a melhora da espermatogênese e, consequentemente, da fertilidade.
3. Infecções Bacterianas
As chamadas infecções subclínicas — de difícil detecção nos exames convencionais — podem afetar os testículos e temporariamente comprometer a fertilidade masculina. O tratamento com antibióticos apropriados pode levar à recuperação da qualidade seminal.
4. Deficiência Vitamínica
Há situações em que a quantidade de espermatozoides é normal, mas sua qualidade não é suficiente para fertilizações bem-sucedidas, seja em tratamentos de FIV ou em tentativas naturais. Nesses casos, indica-se a suplementação com antioxidantes, especialmente vitaminas C, E e ácido fólico.
É importante destacar que esse tipo de tratamento exige um período de 3 a 6 meses para surtir efeito, uma vez que a produção de novos espermatozoides é um processo contínuo e gradual.
Nota: por se tratar de fatores biológicos, físicos e individuais de cada paciente, a realização do tratamento não é garantia de gravidez.