O que são casais soro discordantes?
Casais sorodiscordantes, ou sorodiferentes, são aqueles casais em que um dos parceiros possui uma doença infectocontagiosa, como HIV ou hepatite C, e o outro não.
Um casal sorodiscordante pode ter filhos?
Sim, é possível ter filhos sem transmitir a doença entre eles e para a criança, mas é preciso seguir à risca as recomendações médicas. Em determinados casos, é possível tentar a gravidez de forma natural; em outros, será necessário realizar o tratamento de Inseminação Artificial ou Fertilização in vitro (FIV), garantindo que o vírus não seja transmitido entre os parceiros por meio da relação sexual desprotegida.
No caso de o homem estar infectado, técnicas laboratoriais permitem identificar a presença do vírus no sêmen. Se houver vírus, realiza-se um procedimento chamado lavagem seminal para remover partículas virais antes de utilizar os espermatozoides no tratamento.
No caso das mulheres, por meio da fertilização in vitro, os óvulos são coletados diretamente dos ovários e, após a fecundação, os embriões são transferidos para o útero.
Casais com HIV podem ter filhos sem transmitir o vírus?
Sim, podem! A seguir, os dois cenários principais:
1 - Casais cujo parceiro infectado possui carga viral inativada (indetectável)
Neste caso, o casal pode tentar a gravidez por vias naturais. Se a mulher for a pessoa infectada e estiver com carga viral indetectável no momento do parto, ela poderá optar pelo parto normal sem risco de transmitir o vírus ao bebê.
2 - Casais cujo vírus está ativo no organismo de um dos parceiros
Nestes casos, existem dois caminhos possíveis:
a. Quando a mulher está infectada
A depender da idade e das condições clínicas da paciente, pode-se tentar uma gestação via inseminação artificial ou por fertilização in vitro (FIV). Esse método evita o contato sexual direto, protegendo o parceiro da transmissão do vírus.
Além disso, recomenda-se o acompanhamento com um infectologista para iniciar tratamento adequado, visando reduzir a carga viral a níveis indetectáveis. Isso melhora a qualidade de vida da paciente e pode permitir, inclusive, a escolha pelo parto normal.
b. Quando o homem está infectado
Quando o homem possui o vírus ativo no organismo, o protocolo inclui uma análise detalhada do sêmen para verificar se o vírus está presente nos espermatozoides. Caso não sejam detectados vírus, o processo segue com dupla ou tripla lavagem seminal para reduzir ainda mais o risco de contaminação.
Se o vírus for detectado no sêmen, recomenda-se iniciar tratamento antirretroviral até que a carga viral se torne indetectável. Só então será indicado prosseguir com o tratamento de FIV, associado à lavagem seminal, garantindo a máxima segurança para o casal e para o futuro bebê.
Nota: por se tratar de fatores biológicos, físicos e individuais de cada paciente, a realização do tratamento não é garantia de gravidez.